Resumo
Com a pandemia de COVID-19, questões sobre Comunicação em Saúde ganharam destaque no que diz respeito à relação, ainda distante, entre instituições de saúde e o cotidiano dos brasileiros. O Brasil precisa avançar na efetivação da comunicação como direito humano e na compreensão de que comunicar saúde não se resume à transmissão de informações. O engajamento social depende de uma relação de confiança, conquistada a partir da permanente escuta ao público, considerando suas necessidades, críticas e saberes, daí a importância de construir pontes entre as instituições de saúde e o dia a dia das pessoas. A divulgação científica, a ciência cidadã e o universo das fake news – e aquilo que as sustenta e lhes assegura visibilidade, as mídias sociais – são também problematizados neste ensaio. Destaca-se a necessidade de uso não ferramental da comunicação e, principalmente, de um diálogo direto, horizontal e construtivo com as pessoas, de modo que a ciência ocupe o lugar de influenciadora legítima não só entre os pares, mas junto à sociedade – beneficiária e financiadora maior de seu trabalho.
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