Uma visão holística das práticas em saúde mental amparadas na bioética latino-americana
PDF

Palavras-chave

Bioética
Bioética latino-americana
Saúde Mental.

Como Citar

1.
Uma visão holística das práticas em saúde mental amparadas na bioética latino-americana. Cad. Ibero Am. Direito Sanit. [Internet]. 28º de dezembro de 2017 [citado 14º de dezembro de 2024];6(4):10-26. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/408

Resumo

Estes apontamentos têm por escopo investigar as práticas em saúde mental na perspectiva da bioética latino-americana que desponta como a visão mais adequada do contexto e das profundas diferenças do Sul em relação ao mundo, e a partir de uma visão holística. Buscou-se primeiramente situar a saúde mental, traçando um sucinto panorama, passando-se, no segundo momento, a abordar a bioética latino-americana. Posteriormente, realizou-se o levantamento bibliográfico pertinente a respeito da visão holística, a fim de caminhar, no último momento, para as ponderações a respeito das práticas em saúde mental e da necessidade de mudança de paradigma. O método de abordagem utilizado foi o indutivo pelo qual as particularidades encontradas nos universos observados foram utilizadas para a construção da compilação. A técnica de pesquisa utilizada foi a bibliográfica, com especial atenção às normas e literatura necessárias à elucidação das variáveis envolvidas. Ao longo da escrita fixou-se o entendimento de que a medicina adotou o paradigma cartesiano no cuidado da saúde mental, enxergando o corpo como uma máquina e a saúde como o funcionamento perfeito dessa máquina, enquanto que o cuidado desejável em saúde mental deve ser compreendido como uma ação social inclusiva que contrarie os modelos assistenciais em saúde mental. Concluiu-se que uma mudança de paradigma se mostra necessária para atingir a atenção integral em cuidados com saúde mental que seja capaz de promover a dignidade humana através da humanização do tratamento e da reinserção desses pacientes em sociedade, na esteira ecológica em que se integram enquanto ser e não máquinas.

PDF

Referências

Associação Médica Mundial. Declaração de Helsinque da Associação Médica Mundial: princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos. Jorge MR, tradutor. Disponível em https://www.amb.org.br/_arquivos/_downloads/491535001395167888_DoHBrazilianPortugueseVersionRev.pdf. [Acesso em 05.jul.2017].

Brauner MCC, Furlan KM. O crescente processo de medicalização da vida: entre a judicialização da saúde e um novo modelo biomédico. In: Brauner MCC. Pierre O, organizador. Direitos Humanos, Saúde e Medicina: uma perspectiva internacional. Rio Grande: Ed. Furg, 2013. p. 103-132.

Brauner MCC, Junior C, Gularte LR. Direito fundamental à saúde psicológica: vulnerabilidade, consentimento e cidadania sob o prisma jurídico-bioético. In: Revista da AJURIS – Porto Alegre, v. 44, n. 142, Junho, 2017. P. 227-243.

Capra F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Eichemberg NR, tradutor. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.

Capra F. O ponto de mutação. 26. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

Cardoso L, Galera SAF. O cuidado em saúde mental na atualidade. In: Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2011. v. 45, n. 3, p. 687-691.

Costa JRE, Anjos MF, Zaher VL. Para compreender a doença mental numa perspectiva de bioética. In Revista Bioethikos, 2007. v. 1, n. 2, p. 103-110.

Crema, R. Introdução à visão holística: breve relato de viagem do velho ao novo paradigma. São Paulo: Summus, 1989.

Engelhadt JR, Tristram H. Os princípios da Bioética. In ______. Fundamentos da Bioética. 4ª Ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 131-168.

Felicio JL, Pessini L. Bioética da Proteção: vulnerabilidade e autonomia dos pacientes com transtornos mentais. In: Revista Bioética, 2009. p. 203-220.

Legarda GC. Uma leitura crítica da bioética latino-americana. In: Bioética na Ibero-América: história e perspectivas. São Paulo: Loyola, p. 329-367, 2007.

Morin E. A ideia de progresso do conhecimento. In: Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

Sarlet IW. As dimensões da dignidade da pessoa humana: uma compreensão jurídico-constitucional aberta e compatível com os desafios da biotecnologia. In: Sarlet IW, Leite G, organizadores. Direitos Fundamentais e biotecnologia. São Paulo: Método, 2008. p. 13-43

Schramm FR. Bioética da Proteção: ferramenta válida para enfrentar problemas morais na era da globalização. In: Revista Bioética, 2008. v. 16, n. 1, p. 11-23.

 

Autores(as) e coautores(as) retêm os direitos de copyright, mas cedem o direito à primeira publicação a Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (CIADS). 

CIADS adota a CC Attribution 4.0 International (CC BY 4.0) desde janeiro de 2023. Com essa licença,  é permitido compartilhar e adaptar o material,  conferindo os devidos créditos de autoria e menção ao Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário. Até 2022, a licença era Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International.