Abstract
Historicamente, as demandas da população “trans” vêm sendo atendidas na medida em que se reduzem à infecção por HIV/DST ou, mais recentemente, se vinculam às práticas relacionadas ao uso de hormônios e próteses para transformações corporais, configurando as duas grandes linhas de cuidado disponíveis no sistema de saúde para essa população. Nesse contexto, a despeito do que nos fala a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, pode-se dizer que a política de atenção à saúde para essa população, estaria configurando um duplo estigma? Este trabalho teve como objetivo realizar uma intervenção junto à população de travestis e/ou transexuais (TT) da Baixada Fluminense (Rio de Janeiro, Brasil), com o propósito de refletir sobre suas necessidades de saúde, numa perspectiva de integralidade. Escolheu como estratégia metodológica as comunidades ampliadas de pesquisa. Elegeu-se o campo empírico em função da maior vulnerabilidade social da população local e da existência de movimentos sociais de “TT” receptivos à pesquisa. Foram realizadas rodas de conversa com o grupo constituído pelas “TT” da localidade. Ao final de cada “roda de conversa”, as discussões foram sistematizadas, tornando possível identificar: 1) aspectos sociais, culturais e comportamentos associados à infecção do HIV, incluindo estigma e preconceito. 2) as demandas de travestis e transexuais no que diz respeito à prevenção e ao tratamento das DST/HIV-AIDS/HV e às transformações corporais; 3) as demandas de travestis e transexuais por acesso aos serviços de saúde de maneira ampla e numa perspectiva de integralidade.
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