Resumo
Objetivo: relatar a experiência de condução de uma oficina de formação acerca do direito à saúde das pessoas com albinismo. Metodologia: tratou-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência acerca de uma oficina de formação voltada para acadêmicos e profissionais da saúde dos cursos de Enfermagem, Medicina, Psicologia e Serviço Social, desenvolvida pelo Projeto de Extensão, denominado, Direito à Saúde e ao Sistema Único de Saúde. Resultados: a oficina foi dividida em três estações de trabalho que contemplaram as categorias: o rompimento de estigmas relacionadas ao albinismo, os aspectos biopsicossociais do albinismo e a as políticas de atenção à saúde dessa população, com ênfase na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Albinismo. Como instrumento norteador da discussão, houve a elaboração de um formulário de autoavaliação sobre os conhecimentos e atitudes dos participantes em relação ao albinismo. Assim, a partir do uso de uma metodologia ativa de ensino e da colaboração de pessoas que fazem parte da população em questão, pode-se contribuir com a formação dos profissionais/acadêmicos envolvidos ao fazê-los questionar a invisibilização das questões relacionadas a individualidade do sujeito com albinismo, bem como as suas particularidades no que tange às demandas de saúde. Conclusão: tendo em vista a ausência de uma abordagem biopsicossocial no que se refere à saúde da população com albinismo, durante as graduações na área da saúde, a oficina constituiu-se enquanto uma ferramenta importante para o rompimento do ciclo de invisibilização e negação do direito à saúde das pessoas com albinismo.
Submissão: 25/02/25| Revisão: 21/04/25| Aprovação: 21/04/25
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