A autonomia na relação médico-paciente: breves considerações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17566/ciads.v9i1.601

Palavras-chave:

Autonomia pessoal. Relações médico-paciente. Direitos do paciente.

Resumo

Objetivo: discutir os ganhos e problemas gerados pelo impacto que a autonomia – por meio da figura do consentimento – e sua juridificação têm causado na relação entre médico e paciente. Metodologia: o trabalho foi realizado a partir de revisão na literatura sobre a relação médico-paciente na atualidade, recorrendo-se tanto a autores da área do Direito quanto da medicina, numa perspectiva crítica. Resultados: o conceito de autonomia não oferece segurança suficiente para servir como elemento fundante da relação médico-paciente. A ingerência do Direito na relação médico-paciente traz aspectos positivos e outros que ameaçam a qualidade do vínculo. Conclusão: a atenção despertada no Direito e na Bioética pela autonomia não prescinde da observação e inclusão de outros elementos das relações interpessoais que podem proporcionar maiores ganhos nessa vinculação.

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Biografia do Autor

  • Maria Auxiliadora Minahim, Universidade Federal da Bahia

    Doutora; professora titular de Direito Penal do Departamento de Direito Público, Faculdade de Direito, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil; mestre e doutora em Direito. http://orcid.org/0000-0002-9183-7011. E-mail: minahim@terra.com.br

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Publicado

01-04-2020

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

1.
A autonomia na relação médico-paciente: breves considerações . Cad. Ibero Am. Direito Sanit. [Internet]. 1º de abril de 2020 [citado 20º de abril de 2024];9(1):85-9. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/601